Vamos jogar um pouco conversa fora...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Chesf: um freio de arrumação

Chesf: um freio de arrumação Texto publicado em 16 de Abril de 2010 - 06h39 Em meio às críticas que o esvaziamento da Chesf provocou nos mais diversos segmentos da sociedade, o governo federal decidiu mudar o discurso e reavaliar as mudanças na estatal. A informação sobre a nova postura do governo veio através de um fax no qual o presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz, se justifica por não comparecer a uma audiência pública convocada pela deputada estadual tucana Terezinha Nunes (leia reprodução ao lado). Não fosse a mudança, José Antônio, idealizador do esvaziamento da Chesf e membro do grupo político do senador José Sarney, estaria hoje no Recife, tentando explicar todo o processo. Diz o fax do presidente da Eletrobras: “(...)Houve um comprometimento de avaliar e discutir todas as questões colocadas com os técnicos envolvidos no assunto, além do próprio governo federal – acionista majoritário da Eletrobras. Em face disso, o ministro, também presidente do conselho de Administração da Eletrobras, recomendou que a diretoria da Eletrobras e da Eletrobras Chesf aguardem novas orientações, antes de se pronunciarem sobre a matéria.” Anteontem, numa reunião promovida pelo governador Eduardo Campos (PSB) no Palácio das Princesas, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann (portanto chefe de José Antônio), foi alvo de várias críticas por parte de políticos, empresários e técnicos que integram o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes). Todos reclamaram do esvaziamento. Surpreso, o ministro disse que levaria a questão ao presidente Lula. O próprio Eduardo, que até então mantinha uma postura tímida em relação ao tema, subiu o tom e também falou que levaria o assunto a Lula. “Queremos a retirada de qualquer tipo de amarra que impeça o investimento da Chesf. O fortalecimento da Eletrobras precisa ocorrer, mas passa pelo fortalecimento da Chesf”, comentou o governador. Antes de Eduardo, políticos da oposição, como Jarbas Vasconcelos, Sérgio Guerra e Marco Maciel, já haviam comprado a briga em defesa da empresa. A questão, inclusive, deverá ser fortemente usada pelo candidato do PSDB à presidência, José Serra, contra a petista Dilma Rousseff. Diante do desgaste em ano eleitoral, o governo decidiu sinalizar uma possível suspensão do processo. No fax de ontem, José Antônio Muniz explica que a decisão de avaliar a questão foi tomada depois que o ministro participou da reunião do Cedes. As perguntas dos conselheiros mostraram que as alterações realizadas no estatuto da Chesf em 2008 retiraram a autonomia da empresa. A Chesf é a mais rentável empresa do Sistema Eletrobras e lucra sete vezes mais que a própria holding. Uma alteração estatutária pouco transparente transferiu para a sede da Eletrobras, no Rio, todas as decisões antes tomadas pela empresa, que tem sede no Recife. O diretor do Ilumina Nordeste, Antonio Feijó, considera que a decisão do governo de “avaliar e discutir todas as questões” com os técnicos envolvidos no assunto é o primeiro passo para frear o processo de esvaziamento da estatal. “A decisão mostra que Pernambuco foi escutado, quando falou unido”, comentou. Terezinha Nunes também se pronunciou. “Respeito, mas não acho adequada a postura do presidente da Eletrobras de se recusar a debater uma questão tão relevante para Pernambuco como o esvaziamento da Chesf”. A parlamentar marcou uma reunião na próxima quinta-feira, à tarde, com representantes das entidades que estão contrários ao esvaziamento da estatal para redigir um documento sugerindo modificações a serem adotadas em relação à Chesf. Fonte: Jornal do Commercio

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