Oi, de novo.Recebi esta crônica de um casal amigo e gostaria de repassar a vocês, achei interessante e hilariante ao mesmo tempo. Afinal isso serve pra todos nós casados.
Olá pessoal, segue abaixo a mais nova crônica. Espero que gostem.
Nada fica no lugar, tudo muda. Se você não casou ainda e acha que depois do casamento sua vida continua a mesma pense direitinho antes de subir ao altar. Muda! Muda! E muda muito. Senão vejamos. Prá começar, aquela amiga que antes conversava com você de forma natural hoje lhe encara sem graça, tem receio até de puxar um papo por imaginar no que os outros vão pensar. E você também muda um pouquinho. Fica meio travadão. Aquela mão, ou melhor, aquele dedo da mão esquerda, que não possuía anel nenhum, agora tá lá, argolado, emoldurado por um anel largo, reluzente, daqueles que se vê a 1 km de distância. Escolha da esposa é claro! Para você pode não fazer diferença alguma, mas as pessoas lhe olham de outra forma... Não sei... Talvez seja impressão. Até no crachá parece que não tem mais só meu nome: BETO . Agora tá lá: BETO ... E CASADO. Rs.
Outro dia, estávamos comentando, logo após o almoço,sobre as mudanças pós-casamento. Chegamos à conclusão que a primeira coisa que muda é que não decidimos mais nada sozinhos, ou melhor, corrigindo, não decidimos mais nada sozinhos e nem mesmo acompanhados. Elas, as esposas, decidem tudo por a gente. Sem esperar, lá estamos nós presentes naquele almoço que garantimos não ir, naquele casamento que juramos de pés juntos ser impossível comparecer ou naquela reunião de casais que, momentos antes, já tínhamos dados uma desculpa qualquer. É fogo! Somos traídos! Sem saber, nossa cara metade, que nos jurou fidelidade em tudo no altar, decidiu, confirmou e sacramentou nossa presença num compromisso sem ao menos nos consultar. Ah! Alguns vão dizer que tínhamos a opção de dizer não. Mesmo que tardiamente. Dizer não! Isso não existe! Não te pertence mais! Breve ilusão! Taí outra coisa que muda. Nós homens não temos opção em nada, a não ser em aceitar e dar a última palavra. Temos, pelo menos, uma compensação, apesar de tudo a última palavra é sempre nossa. E invariavelmente ela é essa: “ – Concordo.” Rs.
Falando em decisão... Papito lembrou das escolhas que ficaram para trás, como, por exemplo, em qual academia devemos malhar, o local do baba no fim de semana, da cerveja com os amigos... Sua esposa é quem dá as ordens: “ – Porque não faz academia aqui no prédio amor?” E a cervejinha: “- Porque não chama seus amigos para tomar a cervejinha no quiosque aqui do prédio?” Não é legal? E o baba? “ - Ah! Deixa de besteira! Ir lá prá Ribeira para jogar bola com 22 marmanjos, fica aqui na quadra do prédio mesmo amor!” É a treva né Papito? Ah! E tudo tem que ter “mô” no meio que é para minimizar o impacto da sugestão, ops, desculpe, da ordem. E agora essa onda das imobiliárias que inventaram disponibilizar toda sorte de atividades dentro do condomínio? Devia ter uma lei proibindo este tipo de prática ou a compra destes imóveis por recém casados ou casais com no máximo 1 filho. Já pensou? Você não vai sair de casa para mais nada! Os condomínios agora possuem quadra de tudo que se imagina, de peteca, squash, até quadra de tênis, brinquedoteca, piscina com onda, parque infantil, tirolesa, cinema e o diabo a quatro. Imaginem? Até o cineminha no shopping tá sujeito a extinção. A mulher quer o maridão ali junto dela e não quer, de maneira alguma, que ele se arrisque saindo dos domínios do condomínio, ainda mais nestes tempos de violência desmedida. Nós entendemos não é mesmo? Adianta contestar?
Mas não para por aí não. Segundo Papito, nossos amigos Marcelo e Rodrigo, que antes compravam cerca de R$ 300,00 por mês só de roupa na Nomark, se renderam aos atrativos da C&A, Renner e Riachuelo. Nada contra estes magazines, mas convenhamos foi uma mudança drástica... A situação chegou a tal ponto que as cuecas, antes Yves Saint Laurent, Calvin Klein, Hugo Boss e até Mitchell, foram trocadas por OMNI e Pool. Para os incrédulos, vale registrar que hoje eles aguardam a melhor data de compra do cartão e se dirigem desesperadamente para liquidação daqueles pacotes com 4 por apenas R$ 6,90. Rs.
Mas mudanças no vestuário não param por aí... Ainda tem aquela situação onde nossa amada nos presenteia com uma camisa, por exemplo, e mesmo que não gostemos, para não dar motivo para uma briga, temos que usar para prestigiar. A reação é imediata: “- Que linda amor! Adorei! Vou usar amanhã no trabalho.” Ah! Se arrependimento matasse! Não tem como fugir depois. Mais uma diferença pós- casamento. Não adianta só falar, você tem que provar e as vezes não basta mostrar a prova tem que executar a ação na frente dela. Mas voltando ao assunto de roupa tem aquela peça que até o cachorro de casa tem vergonha de acompanhar a gente até o portão. Existem os maridos mais espertos que saem com outra camisa escondida e assim que entram no carro tratam logo de trocar e tem aqueles mais corajosos, que fecham os olhos, baixam a cabeça e seguem em frente e decidem enfrentar a galera. Coitados... Sofrem. Sofrem de dar dó. Não vi a camisa que Fábio da Móvel, aliás ex-móvel agora ele trabalha na engenharia, veio ontem, mas segundo o pessoal, principalmente Cabeça e Papito, não era nem para colocar a cabeça pra fora de casa com aquela coisa. De acordo com a opinião masculina do grupo se constituía em uma rara peça de mau gosto. Se foi presente da amada tem que usar mesmo Fábio. Acho que é intriga, não vi a camisa, mas confio no bom gosto de sua esposa e segundo Beta a referida peça reflete um estilo mais elegante e fino. Falando em Roberta, nossa amiga internacional, sua experiência pós-matrimônio foi bem sucedida, pois seu maridão mudou da água para o vinho. De camisa rasgada, cabelo despenteado e calça amassada passou a luxar. Começou a usar camisa de marca, cabelo sempre bem penteado, a desfilar nos melhores restaurantes com a esposa ou não ( ?! ) e, segundo a própria, está com a tez de fazer inveja a Gisele Bündchen. Não vimos nada disso, é verdade, mas acreditamos no seu depoimento. Cá entre nós, tem mulher que é cega né Paca? Abre o olho Beta! Maurício acabamos de fundar o seu fã clube, somos seu fãs de carteirinha... Depois você nos fala de sua estratégia vencedora de como enganar a esposa, que é uma fera, e sair de boa. Rs.
Segundo a teoria de Chicó, para os menos avisados, quando o homem se casa deixa de comprar muita roupa porque, caso faça isso, a mulher se acha no direito de comprar em dobro. E aí a coisa pega! Ainda, de acordo com Chicó, você compra 3 peças e ela se acha no direito de comprar 10. A sua saída então foi deixar de comprar, meta zero. Dessa forma Micheline, sua esposa, não ultrapassa a cota de 3 peças mensais. Cleilson ainda lembrou-se da calça de Aelson, não é preciso dizer que foi presente da esposa também. De acordo com Cleilson a calça possuía todos os sinais de trânsito possíveis, uma coletânea da prova do DETRAN. Tinha lá o VIRE À DIREITA, VIRE À ESQUERDA, o semáforo com o verde em highlight, STOP na frente e, acreditem, o SIGA EM FRENTE na parte de trás da calça ( ops! aí complica Aelsão ), mas não vou entrar em detalhes, pois pode ficar ainda pior para meu amigo.
E o físico? Na maioria das vezes os homens engordam e relaxam. As mulheres não, não mais comedidas. Senão vejamos: Cabeça engordou, o que parecia improvável, pois sua esfera já era gigante, mais uns quilinhos depois do casamento. Pois é, lembra-se daquele ditado, parecia impossível, ele não sabia, foi lá e fez. Rs. Eu engordei uns 3 quilos, fui uma exceção na estética, fiquei mais fofinho e sensual. Calma! Calma! Me deixa explicar. Será que não posso puxar a sardinha para o meu lado nem um pouquinho? Afinal estou escrevendo estas mal traçadas linhas e tenho direito né? Além do mais minha esposa gostaaaaa muuicho... Rs.
Outro aspecto que devemos abordar são as festas. Antes era balada toda sexta-feira, e quarta e quinta e o dia que pintasse... Sem contar com os shows em todo verão, Sauipe folia, Natal folia, o escambal folia, ensaios mil, viagens malucas decididas em cima da hora, as vezes com destino outras sem, encontros com os amigos e amigas, etc. Era punk! É meu amigo... Mas isso não nos pertence mais. Isto faz parte de outra vida, talvez ainda exista em outro planeta ou acho até que foi um sonho que tivemos, destes sonhos impossíveis, improváveis de existir por sua natureza surreal e distante. Definitivamente faz mal até pensarmos que ainda aconteça este tipo de coisa. Melhor acreditar que tais pensamentos são lembranças de um tempo em que provavelmente tenhamos sido abduzidos por alguma espécie de outro planeta.
Mas, mesmo com tudo isso, não pensem que a vida de casado é ruim não. Não é não! Só é diferente. Temos varias contrapartidas que justificam e valem à pena. Fugindo a regra que, segundo Cabeça, melhor que casar só morrer queimado, temos exemplos, poucos é verdade, de que casamento é uma maravilha. Rs. Acreditem! Imagine chegar em casa e ter tudo prontinho, uma aguinha morna na bacia para colocarmos nosso pés, uma sopinha quente, janta, uma cervejinha bem gelada para o jogo mais tarde, pois nossa companheira se preocupou em colocar no freezer com antecedência, o pay-per-view já pago e programado com o jogo do nosso time, a caminha quentinha e ela toda cheirosa nos esperando, uma massagem antes de dormir... E tudo na mão. Tudo mesmo. Pense numa agüinha gelada? Tá lá ela na sua mão. Pense num tira-gosto para acompanhar a loura gelada? Lá vem nosso amor com aquela farofa de Josefina. Hummmm, a casa toda limpinha, organizada... Ops!
O tempo foi passando e chegamos enfim, ao fim do bate papo. Estava no horário e todos tinham que voltar as suas mesas e ao trabalho. Saímos descontraídos e leves, cientes que tínhamos desabafado e brincado bastante por aquele dia. Queria deixar registrado que tudo que escrevi aqui foi para descontrair um pouquinho. Desopilar o fígado sem ter que recorrer a outros artifícios. Minha vida mudou sim e muito. E mudou para melhor.
Colaboração : Casal Beto e Deby.
