sexta-feira, 23 de abril de 2010
Volta da autonomia da Chesf será anunciada nesta sexta
Recife - 23.04.10
10:50:56
Publicado em 23.04.2010, às 08h37
Do Jornal do Commercio
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, anuncia nesta sexta-feira (23) a retomada da autonomia da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), maior empresa do Nordeste. Na noite dessa quinta-feira (22), após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Eduardo Campos e o próprio Zimmermann, ficou decidida uma reformulação completa na administração da Eletrobras, que controla a Chesf, Furnas e Eletrosul.
Na prática, após muita pressão de políticos, empresários e técnicos, o governo federal devolve a independência operacional e política da Chesf. Será respeitada a autonomia das diretorias regionais e dos conselhos de administração, priorizando as decisões das empresas regionais do setor elétrico, como a Chesf.
A recuperação da autonomia acontecerá por força de um simples ofício de Zimmermann ao presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz, que até então coordenava todo o processo de centralização das decisões envolvendo a Chesf na sede da própria Eletrobras, no Rio de Janeiro. O ofício do ministro substituirá um outro documento, de número 386, que, publicado no ano de 2008, era a base de todo esvaziamento.
Neste documento de 2008, o Ministério de Minas e Energia, à época comandado por Edison Lobão (PMDB), recomendava à Eletrobras que a operação do sistema elétrico brasileiro deveria ter como finalidade a geração de lucro para o acionista. Este ofício, elaborado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a pedido da Eletrobras, deu suporte às mudanças que pretendiam transformar a holding numa espécie de Petrobras do setor elétrico. E, consequentemente, retirou a independência da Chesf, empresa que lucra sete vezes mais que a própria controladora, Eletrobras.
Agora, a situação mudou. O novo ofício é bem claro quando aponta que “o novo modelo do sistema elétrico deve ter como finalidade principal aumentar a capacidade de investimentos das empresas que formam o sistema Eletrobras, valorizando e priorizando a engenharia, as compras e o apoio às culturas regionais. O novo documento também prevê a valorização das universidades e centros de pesquisas regionais.
As estatais também poderão ser majoritárias em sociedades de propósito específicos (SPEs), parcerias para a construção de obras. O novo ofício vai além e determina o fortalecimento das empresas regionais e de suas respectivas marcas. A Chesf, portanto, voltará a ter seu nome original e não mais Eletrobras Chesf. Será este novo ofício a base que permitirá a mudança estatutária que deverá trazer de volta a força da companhia.
domingo, 18 de abril de 2010
Como o café interfere na sua saúde

sexta-feira, 16 de abril de 2010
A briga tá grande por aqui!
Chesf: um freio de arrumação
Chesf: um freio de arrumação
Texto publicado em 16 de Abril de 2010 - 06h39
Em meio às críticas que o esvaziamento da Chesf provocou nos mais diversos segmentos da sociedade, o governo federal decidiu mudar o discurso e reavaliar as mudanças na estatal. A informação sobre a nova postura do governo veio através de um fax no qual o presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz, se justifica por não comparecer a uma audiência pública convocada pela deputada estadual tucana Terezinha Nunes (leia reprodução ao lado). Não fosse a mudança, José Antônio, idealizador do esvaziamento da Chesf e membro do grupo político do senador José Sarney, estaria hoje no Recife, tentando explicar todo o processo.
Diz o fax do presidente da Eletrobras: “(...)Houve um comprometimento de avaliar e discutir todas as questões colocadas com os técnicos envolvidos no assunto, além do próprio governo federal – acionista majoritário da Eletrobras. Em face disso, o ministro, também presidente do conselho de Administração da Eletrobras, recomendou que a diretoria da Eletrobras e da Eletrobras Chesf aguardem novas orientações, antes de se pronunciarem sobre a matéria.”
Anteontem, numa reunião promovida pelo governador Eduardo Campos (PSB) no Palácio das Princesas, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann (portanto chefe de José Antônio), foi alvo de várias críticas por parte de políticos, empresários e técnicos que integram o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes). Todos reclamaram do esvaziamento. Surpreso, o ministro disse que levaria a questão ao presidente Lula. O próprio Eduardo, que até então mantinha uma postura tímida em relação ao tema, subiu o tom e também falou que levaria o assunto a Lula. “Queremos a retirada de qualquer tipo de amarra que impeça o investimento da Chesf. O fortalecimento da Eletrobras precisa ocorrer, mas passa pelo fortalecimento da Chesf”, comentou o governador. Antes de Eduardo, políticos da oposição, como Jarbas Vasconcelos, Sérgio Guerra e Marco Maciel, já haviam comprado a briga em defesa da empresa. A questão, inclusive, deverá ser fortemente usada pelo candidato do PSDB à presidência, José Serra, contra a petista Dilma Rousseff. Diante do desgaste em ano eleitoral, o governo decidiu sinalizar uma possível suspensão do processo.
No fax de ontem, José Antônio Muniz explica que a decisão de avaliar a questão foi tomada depois que o ministro participou da reunião do Cedes. As perguntas dos conselheiros mostraram que as alterações realizadas no estatuto da Chesf em 2008 retiraram a autonomia da empresa. A Chesf é a mais rentável empresa do Sistema Eletrobras e lucra sete vezes mais que a própria holding. Uma alteração estatutária pouco transparente transferiu para a sede da Eletrobras, no Rio, todas as decisões antes tomadas pela empresa, que tem sede no Recife.
O diretor do Ilumina Nordeste, Antonio Feijó, considera que a decisão do governo de “avaliar e discutir todas as questões” com os técnicos envolvidos no assunto é o primeiro passo para frear o processo de esvaziamento da estatal. “A decisão mostra que Pernambuco foi escutado, quando falou unido”, comentou. Terezinha Nunes também se pronunciou. “Respeito, mas não acho adequada a postura do presidente da Eletrobras de se recusar a debater uma questão tão relevante para Pernambuco como o esvaziamento da Chesf”. A parlamentar marcou uma reunião na próxima quinta-feira, à tarde, com representantes das entidades que estão contrários ao esvaziamento da estatal para redigir um documento sugerindo modificações a serem adotadas em relação à Chesf.
Fonte: Jornal do Commercio
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Blog dos funcionários da CHESF
Quem se interessar mais sobre as opiniões e discussões sobre a CHESF acesse:
http://chesfsempre.blogspot.com/
Política da laranja chupada
O colunista reconhece que esse nhém nhém nhém da Chesf está ficando chato. Porque todos os dias aparecem informações contraditórias e fica difícil esclarecer ao leitor. Ontem, após audiência com o presidente da República, o governador Eduardo Campos revelou que Lula lhe disse que fortaleceu a Chesf ao assumir sua dívida de R$ 3 bilhões. É uma interpretação que no balanço da empresa passa a uma unidade de Xingó de ser exata.
Para começo de conversa, a dívida é relativa ao empréstimo que a Chesf fêz para construir as usinas de Xingó e Itaparica e que, devido aos seus lucros, vinha ao longo dos anos pagando sem dificuldade. Mas, no ano passado, quando decidiu limpar os balanços de todas as demais empresas do setor (estas sim, com dívidas impagáveis), a Eletrobras incluiu a da Chesf. Só que fez isso como adiantamento para futuro aumento de capital, com a sua capitalização para até 31 de março de 2010. Ou seja: pegou um crédito bom que tinha com a Chesf e o transformou em investimento. E ainda deixou de pagar Imposto de Renda com isso. Então não tem isso de “assumir” a dívida da Chesf, dando a ideia de que a companhia não poderia paga-la.
O problema é que isso não veio de graça. Na verdade, para uma empresa que desde 2005 dá lucros sucessivos, a Eletrobras já está aplicando na Chesf a chamada política da laranja chupada: recolhe tudo que ela gera de lucro. E ano passado isso ficou claro quando ela recolheu 100% do lucro da Chesf.
Certo, a estratégia de fortalecer a Eletrobras é correta do ponto de vista do investidor (a União). O que se questiona é se ela não está fazendo isso matando uma empresa com a importância regional da Chesf, que sempre lhe transferiu muito mais dividendos do que legalmente deveria.
» Limpando o caixa da subsidiária
Como se pode ver na tabela acima, desde 2004 a Chesf paga a sua controladora muito mais que os 25% que pela lei deve repassar como “dividendos mínimos obrigatórios”. Em 2004, foi 31,1%, passando para 47,8% em 2005, 44,7% em 2006 e 37,4% em 2007. Em 2008 (já sob determinação da Eletronorte), a Chesf transferiu 51,4% de seu lucro e ano passado a ordem foi transferir tudo. De 2004 a 2009, a Chesf transferiu para sua controladora R$ 2,184 bilhões. Não é errado uma holding ficar com os lucros de suas subsidiárias. Isso é o básico no mercado de investimento. O problema no caso da Chesf é que a holding está condenando ela a encolher.
Fonte : Jornal do Commercio em 08/04/2010
http://chesfsempre.blogspot.com/2010/04/politica-da-laranja-chupada.html
Problemas na postagem

Ponderações sobre a Chesf
// Ministro de Minas e Energia vem ao Recife explicar novo modelo de gestão. Governador descarta perdas
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, vai participar na próxima quarta-feira, no Palácio do Campo das Princesas, da reunião ordinária do Conselho Estadual de Desenvolvimento Social de Pernambuco (Cedes). A vinda dele foi acertada ontem com o governador Eduardo Campos (PSB), em Brasília. O ministro vem ao Recife explicar o novo modelo de gestão da energia produzida no país e o papel da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) nesse processo de mudança. A decisão do governo federal de reestruturar a Eletrobras e transformá-la na "Petrobras" do setor elétrico gerou uma onda de protesto no estado, com mobilização de políticos, funcionários da empresa e representantes organizações sociais.
"O ministro me garantiu que não haverá nenhum fato novo"
Eduardo Campos, governador
A luta é para evitar o esvaziamento da Chesf. Segundo os defensores da companhia, o novo modelo permitirá à Eletrobras assumir o controle de todas as subsidiárias do grupo (Chesf, Eletronorte, Eletronuclear, Eletrosul, Furnas e GGTEE). Com isso, a Chesf perderá sua autonomia. A avaliação do governo, no entanto, aponta para o contrário. As mudanças na estrutura organizacional do Sistema Eletrobras, conforme os que acreditam no projeto, vão fortalecer a Chesf e torná-la apta a investir no Nordeste como não fazia há muito tempo.
Eduardo Campos recebeu a informação do presidente Lula (PT), com quem conversou na última terça-feira, no deslocamento entre o Rio de Janeiro e São Paulo. O petista adiantou que isso será possível porque a União está assumindo uma dívida de R$ 3 bilhões da companhia para liberá-la dos encargos e capacitá-la para investir. "Na próxima quarta-feira, o ministro vai apresentar todo o processo de reestruturação da Eletrobras. Será uma oportunidade para apresentarmos sugestões e tirar qualquer dúvida sobre o projeto", afirmou. O socialista disse, ainda, que o intento de todos é de consolidar uma grande empresa nacional no setor elétrico, que é a Eletrobras.
"Agora, é importante que ao mesmo tempo a gente possa fortalecer a Chesf, garantindo sua autonomia e sua presença constante no setor elétrico brasileiro. Ela, que no governo do presidente Lula tem participado, inclusive, de investimentos estratégicos fora da região Nordeste e até fora do Brasil", observou. O governador afirmou que estava saindo mais tranquilo da reunião. "O ministro me garantiu que não haverá nenhum fato novo, como andam dizendo por aí. A Chesf vai continuar investindo naquilo que ela entende ser prioridade. Não temos registro de nenhum investimento que a Chesf quis participar e que a Eletrobras não tenha autorizado".
Ao contrário disso, segundo ele, os recursos de investimentos foram ampliados de R$ 2 bilhões para R$ 7 bilhões". Ele ressaltou, no entanto, que existem situações em que o Congresso Nacional precisa votar (para autorização a liberação). "É isso que, as vezes, as pessoas não sabem".
Ciro - Em relação a candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) à Presidência da República o silêncio continua. Ontem, o governador negou ter feito contatos políticos, em Brasilia. "Minha agenda foi esse encontro com o ministro",garantiu, acrescentando não ter conversado sobre o futuro político do aliado. Já o primeiro vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, disse por meio de uma assessora, que a reunião ainda não havia acontecido.
Chesf: a gênese e a lógica do desmonte
O texto abaixo foi publicado no Jornal do Commercio de hoje. É um pouco extenso, mas vale a pena ser lido. Peço que divulguem. Publicado em 08.04.2010, às 08h05
Saulo Moreira Do Jornal do Commercio
Como nas grandes tragédias, não há apenas um motivo para justificar o desmonte da Chesf, a maior empresa do Nordeste, celeiro de técnicos competentes e grande formuladora de políticas para o desenvolvimento da região. São muitas as razões. Complexas, intrincadas, obscuras. Envolvem interesses que vão muito, muito além de uma empresa de energia elétrica. Aos fatos:
Antes de mais nada é preciso dizer que quem manda no setor elétrico brasileiro é o senador José Sarney, do PMDB. Ele é o padrinho político dos ex-ministros de Minas e Energia Silas Rondeau e Edison Lobão. Ele é o suporte político de José Antônio Muniz, engenheiro maranhense que foi presidente interino da Chesf durante dois meses em 1993.
Os de boa memória se lembram de uma cena que rodou o mundo quatro anos antes de seu interinato. Em 1989, último ano do governo Sarney, José Antônio, então diretor da Eletronorte, em plena Amazônia, tentava explicar a um grupo de índios a importância da construção de uma hidrelétrica no Rio Xingu, no Pará. A caiapó Tuíra, indignada com o projeto, aproximou-se e num violento gesto de ameaça esfregou seu facão no rosto do engenheiro. José Antônio safou-se da investida, cresceu politicamente, tentou privatizar a Chesf em 2002 (governo FHC) dividindo-a em três empresas e desde março de 2008 é presidente da Eletrobras, controladora da Chesf, Furnas, Eletronorte e Eletrosul. José Antônio é, portanto, o condutor do processo que transfere do Recife para o Rio de Janeiro todas as decisões que envolvem a Chesf. E esta é a raiz de todo esvaziamento.
“Com a nomeação de José Antônio Muniz Lopes para a presidência da Eletrobras, Sarney tem o poder total no setor elétrico, de alto a baixo”, diz Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal, de Belém. A declaração está em Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney, livro escrito no ano passado pelo jornalista Palmério Dória. Hoje, sempre que questionado sobre o processo de esvaziamento da Chesf, José Antônio nega a possibilidade e afirma que, na realidade, está fortalecendo a Eletrobras e, assim, cumprindo a ordem do presidente Lula de transformar a holding energética numa grande Petrobras do setor elétrico.
Mas a operação é curiosa a começar pelos números. A Eletrobras lucrou no ano passado R$ 170 milhões. A Chesf, R$ 764 milhões. É um caso interessante de uma “filial” que ganha quase cinco vez mais que a “matriz”. Outra controlada importante, Furnas, por sua vez, fechou o ano passado com um prejuízo de R$ 129 milhões. Já a Eletronorte está quebrada. Após oito anos (governos FHC) sob o comando do próprio José Antônio, amarga um passivo de mais R$ 8 bilhões. A Eletrosul, outra sob o guarda-chuva da Eletrobras, só opera com transmissão. Não gera energia e, por isso, não tem tanta atratividade.
Diante de um quadro deste, no momento em que a Eletrobras comandada por José Antônio, Lobão e Sarney quis se transformar numa megacompanhia global (digamos que seja apenas este o interesse), qual é a subsidiária considerada o filé, a joia da coroa, a empresa que poderia atrapalhar seus planos se não estivesse sob seu controle? A Chesf, naturalmente. E os tentáculos do PMDB abraçaram a companhia nordestina.
Como em Crônica de uma Morte Anunciada, de Gabriel Garcia Marquez, todo mundo sabia que haveria um assassinato. E ninguém fez nada. Um esperou pelo outro, a preguiça se estabeleceu, estavam todos tão ocupados, tanto interesse em jogo e Santiago Nasar foi morto pelos irmãos Vicário.
A morte da autonomia da Chesf aconteceu em 11 de julho do ano passado, quando o seu conselho de administração, na reunião de número 150, aceitou a decisão da Eletrobras de concentrar tudo na sede do Rio. Ninguém fez nada, ninguém abriu a boca. Uns ficaram calados por interesse, outros por desconhecer as reais implicações daquela reunião.
E eis que no mês passado começaram a chegar os novos crachás, a nova marca com logotipo estilizado da holding se sobrepondo ao da subsidiária. Aqui e ali surgiram algumas vozes contrárias à mudança. Infelizmente, nada ainda a altura da gravidade desta transferência de poder.
Aproveitando-se da passividade reinante no meio político, o Ministério de Minas e Energia e a Eletrobras – agora soberana em tudo – inseriram o Artigo 22 na Lei 11.943/2009, sancionada por Lula em 28 de maio passado. A Chesf, então, foi “autorizada” a prorrogar até 2015 contratos de venda de energia que venceriam este ano. O que isso significa? Um prejuízo de R$ 350 milhões, no mínimo.Logo abaixo eu explico.
Antes, vale dizer que técnicos da Chesf alertaram a Eletrobras para a perda que a subsidiária teria. Também lembraram que não havia amparo jurídico. E o que foi feito? Antes de sua iminente saída, em 12 de março passado, Lobão (o homem de Sarney) conversa com Lula e o presidente assina o Decreto 7.119. Tudo foi regulamentado. Na prática, a canetada proíbe a Chesf de renegociar contratos com sete empresas que compram energia diretamente à companhia nordestina. Antes que os contratos vencessem – e portanto fossem reajustados – o Ministério articulou a renovação deles com os preços antigos. Se o caminho seguido fosse o correto, a Chesf leiloaria a energia e possivelmente ganharia mais com a venda de seu produto. Mas, não. Com a operação, saíram ganhando Vale, Braskem, Dow Química, Gerdau, Caraíba Metais, Novelis e Ferbasa, empresas que certamente serão gratas à bondade de Sarney, Lobão e José Antônio. E à de Lula, não vamos esquecer. Ora e por que ninguém fez nada? Onde estavam, onde estão nossas lideranças? Pelo que se pode depreender, a necessidade pragmática de se preservar a grande aliança PT/PMDB falou mais alto. Na lógica dos governistas, o grupo de Sarney garante a governabilidade no Legislativo e, mais importante ainda, fortalece eleitoralmente a candidata Dilma Rousseff à Presidência. O braço direito de Dilma se chama Erenice Guerra, que agora é ministra da Casa Civil. Erenice integra o conselho de administração da Chesf, presenciou a reunião de 11 de julho de 2009 e aprovou tudo. Sendo assim, por que Eduardo Campos, ainda que sendo do PSB, se insurgiria contra o acordo que pavimenta a candidatura de Dilma? Ora, Dilma é candidata de Lula e Lula apoia Eduardo. A mesma lógica vale para outras lideranças que se não ficaram caladas com o desmantelamento da Chesf, adotaram um posicionamento pífio e tardio, como o de Eduardo.
Bom, e na própria Chesf, por que ninguém falou nada? Cadê os funcionários, cadê a diretoria, cadê todo mundo que brigou contra a tentativa de privatização em 2002?
Por partes:
A diretoria não fez nada porque é frágil e dividida. Não tem vez nem voz. Ninguém se entende. Há casos de diretor que não fala com o colega da sala ao lado. O presidente Dilton Da Conti, embora tenho sido indicado pelo PSB de Eduardo, não tem prestígio com o governador. Eduardo e Dilton têm uma relação conflituosa por questões que remontam à operação dos precatórios (1996), depois à eleição de 2002 e, mais recentemente, ao pleito eleitoral de 2006. Não é de se estranhar que Eduardo dê de ombros à sorte de Dilton de, isolado, tentar explicar o inexplicável. Em 2003, início do governo Lula, além de Dilton, o PSB indicou João Bosco de Almeida para o cargo de diretor-administrativo e Marcos Cerqueira, para a diretoria-financeira. Tamanho é o descaso de Eduardo com a Chesf e com Dilton que, assumindo o governo de Pernambuco em 2007, sacou Bosco para a Compesa e nem se deu o trabalho de indicar outro nome para o lugar vago na empresa de energia. A cadeira ficou vazia durante três anos. Foi então que o PMDB ocupou o vácuo, indicando José Pedro de Alcântara, ligado ao senador Renan Calheiros, do PMDB. Já Cerqueira, também do PSB, segundo uma fonte do setor, deve ter pensado: “Se nem Dilton nem Eduardo fazem nada. Por que eu vou fazer?” Por sua vez, José Ailton de Lima, diretor de engenharia, é do PT. E o PT lá em cima quer ficar com o PMDB, partido que abocanhou a Chesf. Calou-se José Ailton. O mesmo aconteceu com Mozart Arnaud, homem ligado a Dilma Rousseff.
Os funcionários – com as honrosas exceções de praxe – calaram-se por um motivo mais concreto: aumento salarial. Ser do quadro da Eletrobras garante um contracheque mais alto do que ser da Chesf. Some-se a isso a juventude do quadro que, diferentemente daqueles mais antigos, não valorizam muito a estatal como uma planejadora, uma indutora do desenvolvimento regional. Funcionários satisfeitos, sindicato quase inerte. Pronto, bastidores contados, a grande pá de cal ainda está por vir. Em 2015, vencerão as concessões para que a Chesf opere suas hidrelétricas, com exceção de Sobradinho. Se nada for feito, o mais provável é que haja também uma transferência, agora não mais de poder - uma transferência operacional mesmo – para a Eletrobras. Acontecendo isso, a Chesf, que já virou um mero escritório, se limitará a ser apenas parte da história."
Receita libera consulta a lote do Imposto de Renda de 2008 e 2009

domingo, 4 de abril de 2010
Não há nada melhor do que um dia após o outro!
Chesf é a responsável por maior retorno
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) é a subsidiária que apresenta maior lucro no Sistema Eletrobras. No ano passado, a Chesf registrou um lucro de R$ 764,4 milhões contra o R$ 1,4 bilhão obtido em 2008. A Eletrobras tem 16 subsidiárias e iniciou um processo de reestruturação para se tornar a Petrobras do setor elétrico.
Nesse processo, a empresa centralizou as suas ações e está tirando a autonomia de algumas das suas subsidiárias, como a Chesf. No ano passado, o lucro da Eletrobras caiu 97,2% fechando em R$ 170 milhões, contra os R$ 6,1 bilhões alcançados em 2008.
O ano de 2008 foi muito bom para as empresas geradoras, porque o preço da energia no mercado livre – aquele no qual os grandes consumidores podem comprar – subiu muito devido ao fato de que havia pouca água nos reservatórios das principais hidrelétricas do País.
As principais subsidiárias da Eletrobras são: Eletronorte, Eletrosul, Furnas e Eletronuclear. Em 2008, a Eletrosul registrou um lucro de R$ 268,3 milhões, a empresa Furnas teve um resultado positivo de R$ 454,5 milhões no mesmo ano, enquanto a Eletronuclear registrou um prejuízo de R$ 282 milhões.
“A Chesf é a galinha dos ovos de ouro da Eletrobras. É a mais importante e a melhor empresa da estatal em todos os aspectos”, afirmou o diretor do Instituto Ilumina Nordeste, Antonio Feijó, referindo-se também aos lucros que a Chesf vem registrando.
Além de ter sua autonomia reduzida, a Chesf está impedida de participar de empreendimentos do setor elétrico numa sociedade de propósito específico (SPE). Geralmente, os grandes empreendimentos são disputados por SPEs por exigirem investimentos altos. A Eletrobras também mudou o nome da estatal que passou a ser chamar Eletrobras-Chesf.
publicado no Jornal do Commercio em 03/04/2010
http://jc3.uol.com.br/jornal/2010/04/03/not_372044.php
sábado, 3 de abril de 2010
BBB 10 A Vergonha!

sexta-feira, 2 de abril de 2010
Há pessoas do "SIM" e pessoas do "NÃO".Em qual categoria você está?

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